Três turmas de 9.º ano aceitaram dizer ao PÚBLICO o significado do 25 de Abril de 1974. Sem aviso prévio e sabendo-se de antemão que este tema do programa ainda não tinha sido dado nas aulas, desafiaram-se alunos da Escola Secundária de Bocage, em Setúbal, e da Escola Secundária da Cidadela, em Cascais, a, em 15 minutos, escreverem o que sabiam sobre a data que se assinala nesta quinta-feira. Contou-se com a ajuda da professora Nazaré Oliveira e do professor Paulino Spínola, ambos a leccionar História. Ela há 27 anos, ele há 38.
“Eles têm uma ideia e a maior parte das vezes não é errada, mas há deficiências de pormenor. E alguns alunos são um pouco ‘trapalhões’”, diz Nazaré Oliveira, enquanto vai mostrando os textos escritos pelos alunos de Setúbal. Choca-a principalmente as poucas referências à Guerra Colonial. "Não têm em conta o que é mais importante para mim, que é a Guerra Colonial. Sou uma jovem ‘culturalmente feita em África’. Vim de Moçambique em Julho de 1974.” Veio para passar férias com os avós, e os pais já não a deixaram voltar.
“Depois começou a guerra civil lá, em Lourenço Marques (actual Maputo). Já não pude ir. Fiquei triste, perdi os meus amigos.”
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